Os TugaSpace – equipa de Microssatélites do Agrupamento de Escolas da Lousã – após um intenso ano de trabalho, foram selecionados para a final do 11º CanSat Portugal, uma competição que contou com 16 equipas, 10 de Lisboa, 2 do Porto e apenas 4 de outras regiões do país (Águeda, Ponta Delgada, Covilhã e Lousã).
Esta competição Espacial e Especial, organizada pelo ESERO Portugal, em colaboração com a ESA, a Ciência Viva e a Agência Espacial Portuguesa, consiste na criação de microssatélites, do tamanho de latas de refrigerante (das antigas) com dimensões compreendidas entre os 115 mm de altura e os 66 mm de largura e com limitação na massa, pois deverá situar-se no intervalo entre 300 e 350 gramas. Dentro destas latas são instalados sensores, atuadores e microprocessadores para cumprir as duas missões obrigatórias. Uma missão primária, onde as equipas têm de medir os dados de pressão atmosférica e temperatura e enviar esses dados por telemetria para uma estação terrestre, também criada pelas equipas.
A missão secundária é da responsabilidade de cada uma das equipas.
Os 6 elementos dos TugaSpace participantes na final (2 outros elementos tiveram de ficar na Lousã, pois as equipas apenas podem integrar 6 elementos), apressam-se a distribuir o imenso material pelas suas malas, de forma a não ultrapassar os limites de peso impostos pela companhia aérea, iniciando de seguida o seu caminho para o aeroporto de Lisboa, no transporte gentilmente apoiado pelo Município da Lousã.
No primeiro dia da competição decorreram as inspeções técnicas e a apresentação do projeto ao júri. Os TugaSpace tinham como missão secundária a analise de risco de um incêndio florestal, usando a inteligência artificial e a modelagem de um incêndio, para criação de zonas de evacuação seguras.
Esta apresentação, que significa o início da competição, foi também o final de mais de 10 meses de trabalho intenso. O “Master Switch” não estava de acordo com as especificações e teve de ser refeito e ainda resolvidos mais três reparos da avaliação técnica do júri até ao lançamento do rocket, pois a câmara fotográfica tinha-se desmontado durante o voo para os Açores.
Apressadamente, os TugaSpace soldaram, dessoldara, refizeram a programação em C++ e em Python, mudaram fios, sem deixar se participar nas atividades culturais e nos projetos espaciais e educativos que integravam o programa CanSat.
No segundo dia da competição, o foco esteve no sistema de recuperação e no paraquedas, assim como na velocidade terminal atingida pelo satélite. Os CanSat, ou algo com as mesmas dimensões e massa, são lançados de um drone a 100 metros de altitude, devendo atingir velocidades terminais (em que não há mais aceleração) entre os 7 e os 11 metros por segundo. Os TugaSpace passaram neste teste e foram autorizados a voar.
Terceiro dia do CanSal foi feito o lançamento dos rockets. As condições meteorológicas eram péssimas, mas foi para estes 120 segundos dos lançamentos que todas as equipas concorrentes trabalharam. Os TugaSpace neste lançamento tiveram dificuldades de comunicações com perda de dados de comunicação e, assim, em poucos segundos, as aspirações de 10 meses de trabalho perderam-se e o CanSat vermelho caiu em queda livre!
Foi um momento de tristeza e de emoções difíceis de descrever, mas que a equipa teve de recuperar, pois no dia seguinte teve de apresentar ao júri e a todas as equipas, em inglês, o projeto, os objetivos pretendidos do ponto de vista científico, o que foi feito para o alcançar o sucesso do projeto e, ainda, identificar as razões para os problemas da nossa missão não ter tido sucesso, bem como elencar possíveis soluções.
O projeto dos TugaSpace era bastante ambicioso e complexo e nos detalhes, como por exemplo uma porca que ligava o CanSat ao Paraquedas ter-se soltado originando um curto-circuito na eletrónica, fez com que o sistema de recuperação do microssatélite falhasse, caindo em queda livre.
Apesar o resultado final, a equipa TugaSpace terá deixado uma boa impressão neste CanSat, não só pelas qualidades técnicas e científicas dos seus elementos, como também pelas suas qualidades humanas.
A equipa TugaSpace e a direção do AEL agradece a todos os que colaboraram durante messes de trabalho neste projeto, criando as condições de enriquecimento em diversas áreas do conhecimento. Neste agradecimento destaca o apoio do AEL, da Câmara Municipal da Lousã, da colaboração da Escola Básica e Secundária Quinta das Flores.
Os TugaSpace terminam esta aventura, com a vontade de voltar a fazer tudo outra vez, para concretizar com sucesso o seu projeto e dignificar o nome do AEL e da Lousã, colocando-os entre “os melhores na busca pelo espaço”.