
No âmbito do projeto Eco-Escolas, pelo segundo ano consecutivo, o Jardim de Infância de Serpins elabora um Eco-Trilho acessível a toda a população que convida a explorar.
Este projeto não teria sido possível de concretizar sem a preciosa colaboração do senhor presidente da Junta de Freguesia de Serpins, Paulo Simões e do senhor Augusto Simões, antigo presidente da Junta, que, conhecedores do meio, ajudaram a desenhar o percurso ilustrando-o com o seu saber e conhecimentos, de experiência vivida.
Este eco-trilho também pode ser conhecido através do seguinte link: https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/eco-escolas-eco-trilho-jardim-de-infancia-de-serpins-136129545
O fio condutor do percurso é a água, esse bem tão precioso e indispensável à vida, e as levadas construídas, a partir do rio Ceira, por sucessivas gerações que procuraram utilizar as suas águas, quer para a rega dos campos agrícolas, quer como força motriz, para assegurar o funcionamento do moinho que, noutros tempos, assegurava a moagem de cereais, em especial o milho, indispensável à alimentação de outrora.
Este eco-trilho que todos convidamos a explorar, para além de proporcionar um agradável passeio pela natureza, serve o duplo propósito de por um lado alertar para a necessidade de proteção e conservação da natureza, preservando os ecossistemas e respeitando a biodiversidade que cresce em torno das margens do rio Ceira; por outro lado, chamar a atenção para a necessidade de conservação das levadas, enquanto património construído que, fazendo parte da história vivida da comunidade, deve ser preservado.
Simultaneamente serviu-nos de mote para o trabalho pedagógico e educativo com as crianças do Jardim de Infância, permitindo-nos realçar a importância central da água, para todos nós: humanos, animais, plantas, encarando-a como um bem finito, que não deve ser desperdiçado e é indispensável aos equilíbrios do ecossistema como um todo.
Este eco-trilho tem o seu início no moinho de água que, alimentado por uma levada construída a partir do rio Ceira, junto ao açude de Barrabás, ainda se encontra em funcionamento, graças à perseverança do senhor Júlio moleiro, possuindo três mós que podem trabalhar em simultâneo, cada uma das quais pode moer um cereal diferente.
O segundo ponto do percurso é o açude de Barrabás, a partir do qual foram construídas levadas que asseguram a rega dos campos de cultivo e o funcionamento do moinho.
O percurso segue em direção à praia fluvial de Serpins, espaço de encontro e de lazer, especialmente nos quentes dias de verão. Além da praia fluvial, encontramos o lavadouro comunitário, onde outrora, as mulheres se reuniam para lavar a roupa; atualmente ainda é utilizado para lavar as peças de maior dimensão e mais pesadas como cobertores, carpetes e tapetes. A paragem seguinte é o açude da Cova do Barro, onde encontramos mais levadas construídas com pedras roladas do rio; particularmente interessante, uma das levadas que, outrora fazia mover um engenho, roda metálica com cântaros de água, que retirava água do rio, para uma levada comunitária, com o objetivo da rega dos campos mais elevados. A última paragem do percurso faz-se junto ao reservatório de água, situado na parte superior da Vila, outrora alimentado por água do Rio Ceira, com ajuda de uma bomba de água, atualmente abastecido pela empresa Águas de Coimbra, serve exclusivamente para uso doméstico.
Partilhamos este projeto com a comunidade, convidando a que todos façam uma caminhada explorando esta proposta das crianças do Jardim de infância de Serpins.