Dia 2 de abril, Dia da Mundial do Autismo

O Agrupamento de Escolas,  a Câmara Municipal, e a Comissão para a Proteção de Crianças e Jovens da Lousã unem-se com uma mensagem de inclusão acreditando que um dia o autismo será compreendido e aceite por todos.

O Dia Mundial da Consciencialização do Autismo ou simplesmente Dia Mundial do Autismo é assinado em data definida pela ONU – Organização das Nações Unidas, dada a necessidade de esclarecer a população mundial sobre o Autismo.

Segundo o Manual de Saúde Mental – DSM-5, o Autismo pertence a um grupo de doenças do desenvolvimento cerebral, conhecido por Transtornos do Espectro Autista (TEA). É um distúrbio neurológico caracterizado pelo comprometimento da interação social, comunicação verbal e não-verbal e comportamento restritivo e repetitivo. Afecta o processamento das informações no cérebro, alterando a forma como as células nervosas e as sinapses se organizam. Contudo, a forma como este processo ocorre a nível cerebral ainda não é bem compreendido. Segundo a ONU, haverá mais de 70 milhões de pessoas com Autismo e afeta 1 em cada 150 crianças. É uma condição permanente, sem cura, com maior incidência nos rapazes: 4 para cada rapariga.

O Autismo altera a forma como uma criança vê e experiência o mundo. Os sintomas apresentados são diversos: dificuldade na aprendizagem, fala, expressar ideias e sentimentos, relacionamentos, estabelecer contacto visual, a existência de padrões repetitivos e movimentos estereotipados como ficar muito tempo sentado a balançar o corpo, comportamentos agressivos, ou o interesse por algo específico. As pessoas com autismo também podem apresentar um aumento de sensibilidade sensorial, podendo ocorrer em um ou em mais sentidos (visão, tacto, audição, paladar e olfacto). As crianças com Autismo têm sintomas diferentes o que torna difícil diagnosticar.

✅ Geralmente, o diagnóstico é realizado entre os 2 e 3 anos de idade, por um psiquiatra ou pedopsiquiatra. Para que o Autismo seja diagnosticado, a deverá haver alterações nas três áreas que esta síndrome afeta: interação social, alteração comportamental e alterações na comunicação. Contudo, não é necessário apresentar uma vasta lista de sintomas já que a doença se manifesta em diferentes graus de comprometimento. Relativamente ao tratamento, deve ser adequado ao tipo de autismo que a criança é detentora e do seu grau de comprometimento. Os principais objectivos no tratamento são: estimular o desenvolvimento social e comunicativo, aprimorar a aprendizagem e capacidade de solucionar problemas, diminuir comportamentos que interferem com a aprendizagem e com o acesso às oportunidades de experiências do quotidiano, ajudando também as famílias a lidar com o autismo.

✅ De uma forma geral, é necessário recorrer a diversos profissionais de saúde como enfermeiros, médicos, fonoaudiólogo, fisioterapeutas, psicopedagogos, terapeutas da fala, entre outros, sendo essencial o apoio familiar. O tratamento deve ser vitalício e reavaliado assiduamente para que possa ser adequado às necessidades da criança e da sua família. Pode abranger o uso de medicação, sessões de fonoaudiologia para melhorar a fala e a comunicação, terapia comportamental para facilitar as actividades diárias, terapia de grupo para melhorar a socialização.

✅ Em Portugal, existem algumas entidades dedicadas a esta realidade. A Federação Portuguesa do Autismo, a Vencer Autismo, a Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo de Lisboa, a Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo de Setúbal, a Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo do Norte e a Associação de Amigos do Autismo. A Federação Portuguesa de Autismo tem como missão a defesa incondicional dos direitos das pessoas com Perturbações do Espectro do Autismo. Para mais informações consultar o site http://www.Fpda.pt.